A formação de líderes que multiplicam as transformações de suas vidas
Nos meses de janeiro e fevereiro saem os resultados dos vestibulares para as maiores universidades do país, um momento muito importante para os milhares de vestibulandos que estão buscando a transformação pela educação e uma oportunidade de mudarem suas vidas e de suas famílias. Para muitos essa é uma oportunidade única, assim como foi para Caroline Mendes, estudante do quinto ano de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e Diretora Executiva da startup CriaUp, startup da área de gig economy na qual Carol está se descobrindo como empreendedora.
A realidade de muitos jovens
Filha de nordestinos que se mudaram para São Paulo em busca de uma melhor qualidade de vida, Carol passou parte de sua infância com seus pais e três irmãos morando em um pequeno quarto nos fundos da casa de um parente devido às dificuldades financeiras. Assim, sendo a irmã mais nova, conforme crescia Carol via os caminhos que seus irmãos mais velhos trilhavam em que procuravam sempre oportunidades de gerar a mudança que buscavam para sua família:
“Meus irmãos sempre foram grandes referências para mim e tento sempre aproveitar a posição de caçula para aprender com as experiências deles. Vi todos eles se formarem na escola pública do bairro e as dificuldades que enfrentavam pelo ensino defasado. Busquei então a chance de fazer diferente prestando o vestibulinho da melhor escola pública que naquele momento tínhamos na nossa cidade. Foi na Escola Técnica Estadual (ETEC) que fui apresentada a um universo que até então era muito distante de mim: a possibilidade de ingressar no Ensino Superior público, de qualidade e gratuito.”
A jornada até o grande sonho
Assim, logo após o Ensino Médio, Caroline se dedicou aos vestibulares para o curso de Arquitetura e Urbanismo. Sua primeira tentativa foi frustrada, porém Carol não deixou seu sonho para trás e continuou estudando e trabalhando, tendo sido finalmente aprovada no vestibular da USP. Ela conta que sua escolha pela universidade não foi pensada pelo renome ou reconhecimento da instituição.
“Na época eu nem tinha essa visão. Escolhi a USP porque era a mais perto da minha família (cresci no interior de São Paulo, então não precisaria mudar de estado) e dava o maior número de auxílios que pude encontrar: aluguel, alimentação, livros, etc. Por Arquitetura ser um curso integral, sabia que teria dificuldades em conciliar um trabalho que me gerasse renda. Pensei: não sei o que pode acontecer depois, mas preciso garantir que entro nesse lugar.”
No começo de 2018, após garantir seu ingresso na universidade como uma jovem de baixa renda que precisava de apoio para se manter no ensino superior, Carol conheceu o Instituto Semear, uma ONG que acreditava na transformação pela educação e prometia ajudar a estudante a se manter na universidade financeiramente e com o apoio de treinamentos e mentorias, proporcionando a transformação pela educação. Dessa forma, ela conta que quando foi apresentada ao projeto ficou desconfiada de como um programa iria fornecer uma bolsa-auxílio, uma pessoa para lhe dar mentoria durante o ano letivo e acesso a uma rede de contatos enorme, mas mesmo assim resolveu dar uma chance e essa foi a virada de chave na sua vida.
O encontro entre pessoas que acreditam na transformação pela educação
Nesse mesmo ano ela se tornou uma jovem-semente, nome dado aos bolsistas do Instituto, ela não só recebeu uma bolsa-auxílio para ajudá-la a se manter financeiramente no ensino superior, como também teve acesso a uma rede de contatos com grandes profissionais e empresas, além de um programa de mentoria com a Isabella Micali, da Salesforce e o Miguel Pincerno, do Google. Durante esse período a estudante também teve vários treinamentos que lhe ajudaram a desenvolver suas habilidades e se preparar para o mercado de trabalho.
Em 2018, mesmo ano em que foi bolsista, Carol passou a fazer parte do time administrativo do Instituto Semear como uma forma de retribuir todo o impacto que a organização estava proporcionando em sua vida. Pensando em como ajudar o Semear a chegar a outros jovens e também impactar suas vidas, ela se desafiou e tomou a iniciativa de estruturar a área de Comunicação dentro do Instituto e por causa de sua atitude empreendedora, hoje a área da comunicação dentro Instituto não só propaga o propósito de chegar a mais jovens, como também de fortalecer a imagem do Instituto.
“Cheguei à faculdade com a visão de que estando ali talvez eu pudesse proporcionar a mudança que tanto sonhava para a minha família, porém quanto mais me relacionava e conhecia as pessoas do Instituto eu entendi que poderia mudar não só a minha realidade mas a de outros jovens também, fazendo o Semear chegar até eles assim como chegou até a mim. Por isso tomei a iniciativa de trabalhar na área de Comunicação.”
Auxílio que muda vidas
Carol conta ainda sobre como o Semear a ajudou a se enxergar como empreendedora nesse processo, ela aponta como o apoio da instituição e dos jovens que faziam parte dela foi essencial para essa construção:
“No Semear, entendemos que Empreender é solucionar problemas e por isso me descobri empreendedora ainda dentro do Instituto não só pelo que eu fazia, mas principalmente por olhar para o lado e ver que tinha muita gente boa querendo resolver o mesmo problema também: não deixar jovens abandonarem seus sonhos por falta de apoio ou de renda.”
A história de Carol é muito semelhante à de milhares de jovens brasileiros de baixa renda que tentam quebrar o ciclo da pobreza e mudar sua realidade fazendo a transformação pela educação. Mas muitos ficam para trás: isso acontece pois, vindos de famílias de baixa renda, esses jovens se veem em uma situação onde precisam começar a trabalhar cedo para ajudar nas despesas de casa e assim abandonam o ensino superior ou muitas vezes nem mesmo chegam a tentar ingressar em uma universidade.
Para auxiliar esses jovens que conseguem ingressar na universidade, programa de bolsas do Instituto Semear, também chamado de Trilha da Autoliderança, abre vagas uma vez ao ano e acompanha os jovens que passam no processo seletivo durante todo o ano letivo. Esse é muito mais que um programa de desenvolvimento e apoio ao jovem universitário, é um espaço de acolhimento para jovens que acreditam na educação e decidem dar o primeiro passo para se tornarem protagonistas de suas vidas. Para Carol, o Semear foi esse espaço de acolhimento e incentivo:
“A primeira vez que alguém me perguntou qual era meu sonho foi no processo seletivo do Semear. Foi no Instituto que aprendi que podia não só sonhar com um futuro melhor para mim e minha família, mas que também podia dar escala a qualquer que fosse meu sonho e impactar positivamente outras pessoas, dado todo o apoio e acompanhamento que recebia. O Semear me deu não só a confiança para sonhar e acreditou no meu potencial, como se manteve próximo proporcionando todo o ferramental necessário.”
Efeito multiplicador
“Somos uma plataforma que conecta jovens sem experiência a pequenos empreendedores, fazendo os dois lados ganharem nessa relação: os jovens têm espaço e oportunidade para aprenderem e se desenvolverem em profissões promissoras e alinhadas ao futuro, como Vendas, Marketing Digital e Sucesso do Cliente; e os pequenos empreendedores encontram os serviços ideais para alavancarem seus negócios. Essa troca gera impacto positivo para ambos os lados e conseguimos com isso gerar mobilidade social por meio da geração de renda para os envolvidos."
Toda a trajetória de Carol como uma jovem de baixa renda que conseguiu superar suas barreiras sociais e econômicas a levaram para se tornar a mulher empreendedora e líder multiplicadora que é hoje. E é para auxiliar na formação de líderes como Carol que o Instituto Semear trabalha hoje.
Carol conta que o objetivo da CriaUp é se tornar a maior plataforma de conexão entre jovens de baixa renda e pequenos empreendedores em uma relação que gere valor para as duas fontes. Ela aponta ainda a importância de incentivar iniciativas de impacto que vem acontecendo no mercado de trabalho e na educação:
“A minha trajetória sempre estará relacionada a impactar jovens da minha realidade. Dentro do Semear eram jovens no início da vida universitária e, agora na Cria, são os que ficaram para trás e nem conseguiram chegar até a graduação. Seremos nós os próximos profissionais em grandes cargos de atuação e apoiar estes jovens é contribuir para o futuro do Brasil.”
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